Barrento , que o traduziu pela primeira vez para nós ( Cotovia, 1990), regista a intenção de Bobrowski: Wurde, a dignidade ( atitude) que permite deitar fora a dignidade. Belíssimo pretexto.
Bobrowski recebeu prémios literários na RFA e na RDA. Pouco lido? Talvez, mas que nos importa isso?
Abusa como um demente das árvores, dos pássaros, da água, mas é um poeta da paisagem, enfim, aceitemos. Apesar disso, uns pedaços bem esgalhados ( Sinais de tempo) :
Levo para os cálamos
a minha casa entrançada.
O caracol
inaudível
passa pelo meu telhado.
Gravado
na palma das minhas mãos
encontro o teu rosto.