terça-feira, 14 de junho de 2016

Wurde

Barrento , que o traduziu pela primeira vez para nós (  Cotovia, 1990), regista a intenção  de Bobrowski:  Wurde,  a dignidade ( atitude) que permite deitar fora a dignidade. Belíssimo pretexto.
Bobrowski recebeu prémios literários na RFA e na RDA. Pouco lido? Talvez, mas que nos importa isso?

Abusa como um demente das árvores, dos pássaros, da água, mas é um poeta da paisagem, enfim, aceitemos. Apesar disso, uns pedaços  bem esgalhados ( Sinais de tempo) :

Levo para os cálamos
a minha casa entrançada.
O caracol 
inaudível
passa pelo meu telhado.
Gravado
na palma das minhas mãos
encontro o teu rosto.